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A Passagem |
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Procuro, regra geral, orientar as histórias que imagino de modo a abordar questões importantes, para fazer o leitor (bem, as poucas pessoas que as leram) meditar sobre algo. A leitura (ou qualquer outro meio de entretenimento) não deve ser apenas um modo de passar o tempo, pode ser o instrumento perfeito para nos enriquecermos. Mas faltaria à verdade se não dissesse que me deu um gozo particular escrever este conto de pura acção (especialmente para a publicação na Internet). Mesmo assim não deixa de haver uma moral: todas as criaturas sobrenaturais do nosso folclore europeu têm explicações mais realistas do que o paranormal.
Embora prefira explicações mais científicas, como a imaginação popular e o efeito de distorção que ocorre com a transmissão oral das histórias sobre doenças incomuns (como a porfíria, que provoca uma extrema reacção alérgica à luz do Sol e a licantropia psicológica, que leva a comportamentos lupinos) que possivelmente estão na origem dos mitos sobre vampiros e lobisomens, deixo em aberto a hipótese de, a existirem tais criaturas, pertencerem a outra espécie que não o Homo Sapiens, podem ser mutações, pertencer a ramos evolucionários completamente diferentes daquele que nos deu origem, ou mesmo de outro planeta.
Espero que este comentário ajude a dormir aqueles que ficaram demasiado impressionados com o conto: só têm motivos para se preocupar quando um brilho azul surgir na Serra da Estrela, fruto de uma singularidade espácio-temporal â até lá durmam descansados. Mitos não fazem mal a ninguém. Agradeceria que todos aqueles que achem que vale a pena perderem uns segundos de tempo on-line enviem comentários para:
[email protected]
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Autor: Paulo Pinto Carvalho Data: 02/01/99
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